quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Voz da Solidão



Falando as paredes não ouço nada.
Ergo a voz e na solidão do espaço vago pareço escutar algo.
Elevo minha voz, e percebo que a outra se eleva.
Reconheço-me nela, fala minha língua, sente minha dor.
Grito, ela me responde o grito da mesma busca, a busca por alguém que a compreenda.
Berro e peço que se cale, já não suporto ouvir sua agonia solitária. Ela ordena que eu me cale.
Acho que ela também não tolera saber que estou tão só.
Obedeço.
Cala-se o eco, me calo.
Nada ouvem as paredes.


Ninguém está livre de se sentir só.
Inevitavelmente a tristeza bate a nossa porta e entra, mesmo sem permissão.
O que não podemos é convidá-la a sentar, a ficar, não podemos ser cordiais com a tristeza para que esta visitante indesejada não se instale em nossas vidas, fazendo seus os nossos aposentos, sugando nossa energia, alimentando-se de nossa luz, de nossa criatividade e do que chamo de “força vital”.

A depressão é reconhecidamente uma doença, palavra pesada, ou no mínimo um desarranjo químico, uma disfunção tratável, de origem sabe-se em parte genética, com estopins variados. O que sabemos mesmo sobre a depressão, além de sua ação devastadora sobre o ser humano, sobre a auto-estima e as relações pessoas é que ninguém merece conviver com ela, ninguém escolhe viver com ela, mas ninguém pode negar a sua existência.

Já a tristeza, aquela angústia, aquela sombra que paira sobre nós em algum momento, um dia ou outro, essa podemos tentar compreender. Humanos que somos, estamos sujeitos a ela. Seja pelo que nos acontece, ou pelo que acontece com os que nos cercam, os que amamos. A tristeza, o luto, a perda devem ser cuidados, compreendidos e sanados, apoiados sempre pelo tal ditado que diz : Nada como um dia após o outro.

Triste sozinho? Triste acompanhado? Faça sua escolha, mas não hesite em mudar de idéia.
Amanhã tudo ficará melhor. Acredite, lute, melhore.
Até amanhã.
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quinta-feira, 1 de abril de 2010


Originária de uma mistura de sabe lá o que com mais alguma coisa,
As chamadas escovas inteligentes mudam de nome a cada estação.

Escapei da escova japonesa, a primeira, difundida em larga escala a partir do uso pela apresentadora Fátima Bernardes que por pouco não teve que se afastar do trabalho por impossibilidade de tirar as madeixas do rosto enquanto apresentava o telejornal.

Em pouco tempo o nome ajustado para escova progressiva, veio cheio de promessas por um cabelo mais liso. Aplicado o produto, profissionais e clientes choravam em meio ao vapor produzido no contato com o secador de cabelos. Nós clientes, olhos vermelhos e cabeleira lisa, saíamos sorridentes do salão, fugindo de todo e qualquer contato com água pelos próximos 3 dias, nada de tiaras, grampos, ou colocar atrás da orelha.
Lambisgóias lisas e meio sujinhas.

Apelidadas por algumas de escova agressiva, a técnica evoluiu um pouquinho, assim como os profissionais se aperfeiçoaram na tática de realizá-la ao ar livre, máscaras no rosto, toalhas úmidas para a cliente e a promessa de que a meleca do pote não é nem radioativa e nem ácido corrosivo. O resto deixamo-nos passar, ainda que seja titica de galinha, se a jura for de brilho e maciez estamos dentro.

Agora busco um novo tipo de escova para meu cabelo, a Escova Compreensiva.
Uma técnica que entenda que meu cabelo reflete o meu humor, ou vice-versa.
A escova compreensiva deixará meus cabelos fáceis de manusear, domados, flexíveis, macios, cheirosos, brilhantes, suaves ao toque e ajeitados logo pela manhã, independente se o dia estiver seco ou úmido, se eu estiver de TPM ou se for Segunda-feira.


Sua vantagem vai além, só precisa ser feita anualmente e não requer nenhum xampu especial, ou creme de tratamento importado, não se desgasta no mar, nem sofre com o cloro.

Ah, escova compreensiva... seja também escova persuasiva...e me convença de que a moda dos cachos voltou...!


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Feliz Páscoa!!!


Páscoa.
Ressurreição de Cristo;
Renascimento da fé;
Retomada do rumo.


Páscoa.
Tempo de revigorar-se;
Pelo cacau energizante;
Pela oração reconfortante;
Pelo amor


Páscoa.
Tempo de quebrar a casca;
De sair do ovo;
Tempo de se expor
E desfrutar da vida plena.


Páscoa
Feliz a minha;
Feliz a sua;
Feliz a nossa Páscoa!


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