domingo, 16 de agosto de 2009

O Bom Conselho




Faz parte do inconsciente coletivo a imagem dos avós como entes conselheiros, pessoas de maior vivência, de mais experiência que podem diante disso colocar-nos no melhor caminho, frente a dúvidas que nos cercam.
Fato, nem todos têm a sorte de contar com os avós vivos e nem todos os avós são preparados para aconselhar.
Mas como regra, seus conselhos sempre são de valia, uma vez que estes não querem o nosso mal, pelo contrário, só desejam nos ver em ótimos lençóis, ainda que estes cheirem a mofo, tão antiquado o conselho possa parecer.


Mas um conselho deve ser dado quando se sabe exatamente do que se trata o caso.
Conselhos são suposições, certo, tem sua serventia como um bom bate papo para abstração de idéias prontas, dando abertura para novas.
Nem sempre precisamos estar na pele do outro para entendermos o que se passa. A minha vivência pode servir de apoio para o que vou te aconselhar, mas às vezes a vivência de uma amiga é mais válida ainda. Assim é o aconselhamento.
Colhemos dados, processamos, buscamos parâmetros de acertos e passamos adiante o modelo do que acreditamos ser a melhor alternativa, a trajetória mais assertiva na busca de uma conquista.

Diz o ditado que se conselho fosse bom não se daria, venderia.
Em um mundinho individualista como o nosso tem se apresentado, é bem real.
Não no meu. Dou conselhos e recebo-os de coração aberto.
Porém, antes de dar e receber conselhos, eu agora aconselho que se tenha na mente um filtro, um recurso que te permita pré-análise do que se pretende com o conselho.
É porque nem toda baboseira que se ouve pode ser levada a sério.
Nunca dê um conselho que possa por alguém pra baixo.
NUNCA!
Ainda que acredite piamente naquilo, ainda que se ache certo, jamais abra sua boca pra arrasar algo ou alguém. Pare. Pense. E se fosse você? E se tudo o que o outro for fazer daqui por diante tenha a ver com seu conselho? Está pronto para assumir a responsabilidade ou mesmo a IRRESPONSABILIDADE de definir o próximo passo desta pessoa?

Nivele-se na igualdade, coloque-se no lugar, na situação, encare de frente e sugira sim o que você faria diferente, a curto e longo prazo, mas (lá vou eu aconselhando novamente...) jamais diga “Você está fazendo tudo errado!”.
Sua frase, infectada de crítica e pessimismo incapacita o outro a enxergar algo de bom, torna-o incompetente prévio.

Se não puder aconselhar, adie. Diga: “Vou pensar melhor sobre isso, refletir”, o que já é um conselho disfarçado para que o outro entenda que ele mesmo precisa rever os fatos antes de se precipitar nas ações. Mas não seja omisso, jamais. A omissão é cruel.
Às vezes, quem pede um conselho, pede na verdade um ouvido amigo. Só isso. Alguém que ouça, mas ouça mesmo, que antes de ir dando seu parecer, escute a fundo o que aflige aquele coração. Para cada problema há ao menos uma saída.

Posso dar mais um conselho? Seja ouvido, antes de ser boca.
E antes de se tornar boca...., chupe uma balinha doce.

Um abraço! Boa semana!



Um comentário:

Anônimo disse...

MUITO LINDO E RICO ESSE TEXTO!!!