segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Paraíso


Onde fica o Paraíso?
Há quem diga que o paraíso é o reino dos céus, um lugar perfeito, lindo, para onde todos nós iremos desfrutar da vida eterna.
Não sou São Tomé, não preciso ver para crer, acredito em várias coisas, entre elas na possibilidade da vida eterna, ainda que ela possa ser um pouco diferente desta imagem de um clube de campo com estadia permanente, mas nada disso vem ao caso.

Paraíso pra mim é estar em plena harmonia.
Nosso paraíso pode ser nossa própria casa, desde que esta seja refúgio, aconchego para todos que nela habitam para que seja este um lugar de paz.
Conheci alguns outros lugares que poderiam ser chamados de paraísos na Terra, e sei que deve existir ao menos uma centena deles, onde a presença de Deus é sentida na paisagem, na pintura perfeita da criação divina. Lugares que pretendo conhecer e outros que por mais otimista que eu seja não me permito crer que alcance, mas me contento em ver através dos filmes desses canais de TV voltados para a natureza e o meio ambiente.

Neste fim de semana conheci Campos do Jordão.
Cidadezinha denominada estância climática, reconhecida por seu ar puro e por ter sido benéfica a tantos que buscaram recuperação para seus problemas pulmonares, Campos do Jordão para mim terá sempre um significado particular, um lugar onde desfrutei de horas e horas de completa e total entrega a alegria.
O clima de romance agraciado pela beleza natural da região, passeios de mãos dadas, cascatas e vegetação úmida pela garoa da manhã, fachos de luz do sol por entre as árvores altas. As noites, que apesar de não tão frias, foram desfrutadas a luz da lareira.
A companhia de amigos, a conversa à mesa, a música de qualidade e refeições deliciosas em meio a risos.
Pisei na grama, abracei árvore, agradeci a Deus, tomei chuva e sol, experimentei novos pratos, viajei físico e mente, por lugares conhecidos, desconhecidos e saudosos.
Reviver o romance, reavivar a chama, revitalizar o corpo e encher os olhos e a mente de tudo o que há de mais perfeito na vida.
Se o Paraíso na Terra é Campos do Jordão? Pode ser que sim, ou que não, pode ser mais um, mas certamente visitei o meu Paraíso.

Coração repleto, corpo cansado e satisfeito, mente livre, inicio esta semana com a mais absoluta de todas as certezas. Depende de nós encontrarmos nosso paraíso. Ainda que ele esteja ali ao lado, na sala de estar tendo toda a família atarracada no sofá da sala, dividindo o cobertor e a pipoca, seja no quintal num dia de sol, brincando com água, escorregando no sabão. Seja viajando, ou fazendo um piquenique, fazendo um bolo no sábado à tarde, ou almoçando a beira mar. O que faz de nossa vida o inferno ou o céu, são nossas escolhas.


Eu escolhi meu amor, meus amigos, escolhi ser feliz com tudo o que me foi destinado, porque mesmo aquilo que não escolhi, me faz ser quem sou.

Obrigada Senhor por este fim de semana precioso, que seja este um dos muitos e muitos que ainda desfrutarei, seguindo minhas escolhas e sua benção.
Amém!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pra que serve um feriado?


Ah como é bom, um feriado qualquer, um dia de folga da correria, uma pausa na rotina.
Feriados são destacados na folhinha, estão lá, pintadinhos em vermelho, como pisca-pisca nos alertando do presente que o mês nos reserva.
Tem gente que já conta os feriados do ano, assim que um novo se inicia, já sabe das pontes, das emendas, planeja compensações e viagens, outros, distraídos como eu, são tomados da grata surpresa:
“– Sério? Feriado? Quando?”

Feriados são dias especiais.
Tem gente que lava o carro, outros vão pescar, muitos batem a laje, aproveitam pra fazer o churrasco, tradicionalmente, pagando pela ajuda dos amigos. Tem gente que faz cirurgia plástica, vai para o SPA, enquanto outros dão pausa na dieta pra aproveitar melhor a comilança.

E quando dá pra viajar então!
A ansiedade das crianças, malas, planos, atividades, quando estou muito cansada costumo dizer que o feriado é desgastante em seus preparativos e em seu retorno. A gente tem que pensar em tudo, considerar o clima e todas as hipóteses de mudança, frentes frias, chuva e sol. Leva na mala de protetor solar a cachecol, cobertas e baralho para aquele dia eventual de chuva incessante.
Mas não importa mesmo, quando chegamos ao destino tudo já começa a valer a pena, até mesmo o tempo gasto no trânsito, esta parte, confesso, é a mais traumática.

Mas não quero me esquecer de falar do feriado avulso, aquele que não permite ponte, emenda, nem choro nem vela.
Adoro esses feriados!

Acordar sem precisar sair de casa, sem compromisso de horário, e na TV aquele programa que normalmente a gente não assiste porque sai pra trabalhar.
Como é bom aquele dia de “quebrar galho” na cozinha, dia de macarrão instantâneo com salsicha, sanduíche, dia de bater um bolo, e comer pipoca assistindo a Sessão da Tarde.

Mas o que gosto mesmo de fazer nos feriados avulsos é de arrumar gavetas.
Verdade!!
Sabe aquelas gavetas aonde vamos juntando um milhão de coisas que deixamos ali adiando providências?


Adoro me sentar e rever, encontro tanta coisa inútil que guardei pelo simples fato de não querer perder 3 segundos pra ler e descartar.
Acho graça em encontrar moedas perdidas. Digo que se ficarem duas em uma gaveta ou fundo de bolsa, elas se multiplicam. Aprendi a baboseira com meu avô, e passo adiante para os meus filhos. Pois não é verdade? Sempre que limpo as gavetas lá estão elas, várias moedas, que trato logo de dar destino útil.


Gavetas escondem segredos, comprovantes de despesas que nem mesmo queremos admitir termos feito, aqueles papeizinhos amarelos, recibos do cartão de crédito ameaçando se juntarem e somarem suas dívidas antes mesmo da fatura chegar... ah faturas... Por vezes as gavetas escondem uma ou outra conta que a gente acaba se esquecendo de pagar. Gavetinha danada!

Encontro brincos perdidos, aquele último “Trident” dobradinho na embalagem, o documento original que precisa ser guardado, uma ou outra foto, o papelzinho do sapateiro, uma cartela com dois comprimidos que deixei de tomar.

As horas passam e eu ali, como um paleontólogo, que busca tesouros encrustados, fósseis e novas espécies já extintas, busco entender um pouco mais de mim, a cada escavação de minhas gavetas.
Encontro um santinho que ganhei de uma amiga, a medalhinha que ganhei de outra, amuletos de sorte, pedrinhas que recolhi em algum lugar por onde passei. Ao mesmo tempo que encontro coisas absolutamente incompreensíveis, como uma tampinha de uma pomada, que deve estar aberta em algum lugar do passado.


Revirar gavetas, bolsas e armários é um desafio aos alérgicos.
Uma atitude de autoflagelação que quase sempre acaba com espirros e nariz entupido. Mas na medida em que os sacos de lixo vão se enchendo, esvazio espaços, criando o vácuo, espaço novo pra coisas novas que virão.

Costuma ser assim, alivio-me do peso do acúmulo, liberto-me da culpa pela bagunça, solto no ar milhares de ácaros, e termino o feriado tomando um antialérgico, fungando e tossindo, mas satisfeita pela missão cumprida.

E que venha o próximo! Bom Feriado!